Nessa obra, como suplementos biograficos, ressoa - para quem consegue ouvir o silencio - o coracao que precocemente parou aos 28 anos; as melodias pensadas por um corpo ja debilitado; o piano de seu pai; o pulo do gato, noturno parceiro, por sobre telhados; a presenca discreta e o sofrimento implosivo das avos.
Povoado por mortos (sejam pessoas, bichos, rios), o livro de estreia de Mariana Castro curiosamente se dedica tambem as especies por vir. Nao deixa de ser uma radical declaracao de amor aos amores e a vida, cuja graca e captada com seus olhos de crianca tardia.
